Homilia do Padre Françoá Costa – XIX Domingo do Tempo Comum – Ano B

Comunhão

 

Um dos momentos mais importantes na nossa Missa é a comunhão, quando recebemos Jesus Sacramentado em nós. Então se pode dizer com toda a propriedade que “o Reino de Deus já está no meio de vós” (Lc 17,21). Comungar o Senhor é algo necessário, pois “quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo” (Jo 6,51).

Santa Joana de Chantal, quando era pequena, mostrou a um homem que não tinha a nossa fé católica que Jesus está na Santíssima Eucaristia de uma maneira que ficou-lhe muito bem gravada na alma. Seu pai num determinado momento conversava com um herege (uma pessoa que não tem toda a fé católica) sobre a Eucaristia. Aquele homem que tinha caído na heresia dizia ao pai de Joana que não acreditava na Eucaristia, ele negava a presença de Cristo na Eucaristia. Joana interrompeu a conversa e disse àquele homem: “- o senhor deve crer que Jesus Cristo se encontra no Santíssimo Sacramento porque foi Ele, o próprio Jesus, quem o disse. Se o senhor não crer está chamando Jesus de mentiroso”. O herege, querendo sair de uma maneira brilhante daquela situação, ofereceu à menina umasº amêndoas. A menina recebeu o presente. Quando o herege já estava tranquilo, viu Joana Francisca aproximar-se da chaminé e lançar as amêndoas no fogo. A menina disse ainda: “-isso é o que acontece com aquelas pessoas que não acreditam no que Jesus disse”.

Nós, ao contrário, acreditamos piamente no que Jesus disse e por isso comungamos com fé e amor. Jesus está no céu com o seu Corpo glorioso; também está na terra de várias maneiras, mas a maneira mais especial, mais bonita e mais misteriosa é esta: a Eucaristia. E Eucaristia quer dizer ação de graças. Que momento tão belo! Por isso, depois da comunhão temos o costume de dar graças a Deus, dizer-lhe o nosso muito obrigado. Quando os pais veem os seus filhos pouco agradecidos depois de receberem presentes, costumam lembrá-los: “como é que se diz, filho?” Então a criança, meio tímida, diz ao seu benfeitor: “muito obrigado”. É preciso ser agradecidos. Deus é tão bom!

Na verdade, para um momento tão especial como este, devemos estar atentos aos detalhes. No entanto, o mais importante é que nos aproximemos da Hóstia Santa e a tomemos em nossa boca tão somente se estamos em estado de graça, isto é, se não cometemos nenhum pecado mortal (= grave) desde a última confissão bem feita. Também é importante, e a Igreja assim o exige, que, uma hora antes da comunhão, nada comamos ou bebamos (com exceção de água e remédios). Logicamente, há causas graves que dispensam da obrigação de guardar o assim chamado jejum eucarístico.

Quanto aos detalhes que devemos guardar com relação à Hóstia Santa que vamos receber, é questão de amor! A comunhão será tanto mais frutuosa quanto mais amor houver. Quem deseja comungar e vai se preparando para esse momento durante as horas que antecedem a Santa Missa, entrará numa profunda e íntima comunhão com o Senhor do céu e da terra, Jesus Cristo. Quem, depois de comungar, agradece a Deus por que ele veio à sua alma e por todos os dons que lhe concede, está abrindo o coração para receber novas graças. Deus se deixa atrair por uma pessoa agradecida. É verdade que às vezes podemos ficar um pouco perdidos depois da Comunhão, sem saber direito o que dizer ao Senhor: basta que queiramos dar-lhe graças e nos mantenhamos recolhidos deixando que flua o diálogo com Deus. Também podemos utilizar aqueles livros que contêm orações para facilitar a nossa ação de graças: enquanto recitamos tais orações vocais, o nosso coração vai acompanhando o que elas significam e vamos fazendo nossas as palavras que lemos.

O Corpo e o Sangue do Senhor é o nosso tesouro nesta terra!

 

Pe. Françoá Costa

Facebook
Twitter
LinkedIn

Biblioteca Presbíteros