Roteiro Homilético – V Domingo da Páscoa (Ano A)

RITOS INICIAIS

Salmo 97, 1–2

ANTÍFONA DE ENTRADA: Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor fez maravilhas: aos olhos das nações revelou a sua justiça. Aleluia.

Diz–se o Glória.

Introdução ao espírito da Celebração

A Liturgia da Palavra deste domingo leva-nos a pensar nas muitas maneiras como poderemos servir a comunidade.

Se escutarmos com atenção todas as leituras, surgirão inevitavelmente algumas perguntas na nossa mente: quantos são os membros activos na nossa comunidade? Não haverá serviços que ninguém quer assumir? Porquê? Já descobrimos todos os «trabalhos» necessários à nossa comunidade? Que colaboração temos prestado? Como baptizados, que compromissos devemos assumir para sermos «pedras vivas» do templo do Senhor?

ORAÇÃO COLECTA: Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: Em determinada altura, surge o primeiro conflito na comunidade cristã de Jerusalém. Como o poder é participado, toda a comunidade é convocada para examinar o assunto e chegar a uma decisão. O problema é como tornar eficiente a partilha dos bens em favor da indigência, neste caso das viúvas. É a necessidade que leva a formar estruturas de serviço, e não o contrário. Surge então um ministério na Igreja, o ministério dos diáconos.

Actos 6, 1–7

Naqueles dias, 1aumentando o número dos discípulos, os helenistas começaram a murmurar contra os hebreus, porque no serviço diário não se fazia caso das suas viúvas. 2Então os Doze convocaram a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém que deixemos de pregar a palavra de Deus, para servirmos às mesas. 3Escolhei entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para lhes confiarmos esse cargo. 4Quanto a nós, vamos dedicar-nos totalmente à oração e ao ministério da palavra». 5A proposta agradou a toda a assembleia; e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe,Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. 6Apresentaram-nos aos Apóstolos e estes oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7A palavra de Deus ia-se divulgando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e submetia-se à fé também grande número de sacerdotes.

Este é o texto que refere a instituição dos diáconos, como colaboradores dos Apóstolos e participantes de uma parte da sua missão.

1 «aumentando o número dos discípulos». A cada passo S. Lucas insiste no aumento dos cristãos. Outras insistências: Act 2, 41; 5, 14; 6, 7; 9, 31; 11, 21.24; 12, 24; 14, 1; etc.). Estes «helenistas» eram cristãos convertidos de entre os judeus emigrantes, que na diáspora falavam a língua grega e se encontravam agora na situação de retornados à Terra Santa. Pelos nomes gregos que têm, os primeiros 7 diáconos pertenceriam na generalidade a este grupo.

2-4 «Vamos dedicar-nos totalmente à oração…». Como a missão dos Apóstolos era ingente, impunha-se que estes não se dispersassem por actividades que outros podiam desempenhar. Foi a circunstância providencial para a primeira ordenação dos diáconos, que não eram meros agentes sociais, pois tinham também uma função sagrada, como a distribuição da Eucaristia, a pregação do Evangelho e a administração do Baptismo (cf. Act 8, 5.7.16); constituíam um verdadeiro grau da hierarquia, distinto do presbiterado (cf. 1 Tim 3, 8). A oração, a que se dedicavam intensamente os Apóstolos, não era apenas a oração oficial das reuniões comunitárias, mas a oração pessoal, a sós com Deus, segundo se deduz de Act 10, 9. Na oração intensa residia o segredo da sua eficácia apostólica e da transformação do mundo que operaram, um segredo cheio de actualidade.

Salmo Responsorial    Sl 32 (33), 1–2.4–5.18–19 (R. 22)

Monição: O salmista convida-nos insistentemente a aclamar, louvar e cantar salmos ao Senhor, pois a Sua Palavra realiza a verdade, a justiça e o amor.

Refrão: ESPERAMOS, SENHOR, NA VOSSA MISERICÓRDIA.

Ou:                VENHA SOBRE NÓS A VOSSA BONDADE,   PORQUE EM VÓS ESPERAMOS, SENHOR.

Justos, aclamai o Senhor,

os corações rectos devem louvá–l’O.

Louvai o Senhor com a cítara,

cantai–Lhe salmos ao som da harpa.

A palavra do Senhor é recta,

da fidelidade nascem as suas obras.

Ele ama a justiça e a rectidão:

a terra está cheia da bondade do Senhor.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem,

para os que esperam na sua bondade,

para libertar da morte as suas almas

e os alimentar no tempo da fome.

Segunda Leitura

Monição: Jesus que fora rejeitado pelos homens como pedra inútil, depois da ressurreição torna-se pedra viva da construção do Reino. Do mesmo modo todos nós, unidos a Cristo, formamos o templo vivo que é a Igreja, onde, pelo Baptismo, nos tornamos sacerdotes, profetas e reis.

São Pedro 2, 4–9

Caríssimos: 4Aproximai-vos do Senhor, que é a pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. 5E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para constituirdes um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. 6Por isso se lê na Escritura: «Vou pôr em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa; e quem nela puser a sua confiança não será confundido». 7Honra, portanto, a vós que acreditais. Para os incrédulos, porém, «a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular», 8«pedra de tropeço e pedra de escândalo». Tropeçaram por não acreditarem na palavra, à qual foram destinados. 9Vós, porém, sois «geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus, para anunciar os louvores» d’Aquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável.

Temos aqui um texto de excepcional riqueza eclesiológica, em que os privilégios do antigo Povo de Deus são transpostos para o novo Povo de Deus, a Igreja, por meio dum método hermenêutico de actualização (deraxe) de textos do A. T., nomeadamente de Is 8, 14; Ex 19, 5-6; Os 1, 6.9; 2, 3.25. Esses privilégios são basicamente a eleição, consagração e a missão de «anunciar os louvores d’Aquele que vos chamou…». Este texto é o ponto de partida para um dos ensinamentos nucleares do Vaticano II, sobre o sacerdócio comum dos fiéis e a dignidade e missão dos leigos: todas as realidades mundanas diárias transformadas em oferta – «sacrifícios espirituais» (v. 5) – a Deus (LG 34).

4 «Cristo, a Pedra viva…». O termo grego, lithos, designa uma pedra trabalhada, preparada; Jesus é a pedra escolhida por Deus, mas rejeitada pelos homens, o alicerce e a pedra angular sobre a qual repousa todo o edifício da Igreja (cf. Mt 16, 18; 21, 42-46; cf. Salm 117 (118), 22; Is 8, 14; Act 4, 11).

5 «Vós mesmos, como pedras vivas, entrai…». Aqui temos uma das muitas imagens com que é representada a Igreja, «edifício de Deus» (cf. 1 Cor 3, 9.11), um edifício que cresce sempre, edificado por Deus, tendo Cristo como pedra angular e os Apóstolos como alicerce (cf. Ef 2, 19-22).

9 «Sacerdócio real…». Ex 19, 6 diz «reino de sacerdotes», que os LXX traduziram por «sacerdócio régio» (basileion hieráteuma); por sua vez, Apoc 1, 5 diz: «reis e sacerdotes»; 1 Pe 2, 9 segue a Septuaginta.

Aclamação ao Evangelho

Jo 14, 6

Monição: Através da encarnação, Deus, doador da vida, manifesta-se na pessoa e acção de Jesus que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Toda a comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a Vida.

ALELUIA

Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;  ninguém vai ao Pai senão por mim.

Evangelho

São João 14, 1–12

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1«Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. 2Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vo-lo teria dito.3Vou preparar-vos um lugar e virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também. 4Para onde Eu vou, conheceis o caminho». 5Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho?» 6Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim. 7Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». 8Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». 9Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos oPai’? 10Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. 11Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará ainda maiores que estas, porque Eu vou para o Pai».

Temos na leitura uma pequena parte do chamado discurso do adeus, o início do capítulo 14 de S. João. As palavras de Jesus, «não se perturbe o vosso coração» aparecem com grande relevo, pois se repetem no v. 27.

2-3 Nestes versículos, que admitem diversas traduções, Jesus esclarece os seus discípulos de que a sua partida é para lhes abrir caminho para a casa do Pai, o Céu, a meta final para todos os fiéis, por isso diz que ali há «muitas moradas», isto é, lugar para todos (cf. Lc 16, 9; Jo 13, 36; 12, 26.32; 17, 24). A casa de Deus era o templo (2, 16-17) que se tornou o símbolo da comunhão com Deus na bem-aventurança eterna; neste sentido esta é a única vez que a expressão «moradas» aparece em todo o N. T., além da alusão em Heb 6, 19-20 (ver Henoc etiópico, 39, 4; 41, 2).

6-9 Jesus é o «caminho» não apenas pelos seus ensinamentos e exemplos, mas porque Ele mesmo se identifica com a «verdade» (é o Verbo, a expressão adequada do Pai – Jo 1, 1.14.18) e a «vida» (Jo 1,

4.14.16; 3, 16; 6, 47; 10, 9-10; 11, 25-26): Ele está no Pai e o Pai está n’Ele (vv. 10-11; 10, 38; 17, 21), fazendo Um com Ele (10, 30; 17, 11.21-22), por isso afirma que «quem Me vê, vê o Pai» (v. 9). Aqui radica o facto de Jesus ser não apenas caminho, mas o único caminho para o Pai, talvez por isso o cristianismo era designado inicialmente como o caminho (Act 9.2; 18, 25; 24, 22). Neste versículo a revelação de Jesus aos seus atinge o clímax e é uma das mais expressivas sínteses de todo o Evangelho.

12 A garantia das «obras maiores» dos discípulos (entendam-se as obras relativas à expansão da obra salvadora de Jesus) é a ida de Jesus para o Pai, que põe em acto o poder da sua mediação e o envio do Espírito Santo.

Sugestões para a homilia

O testamento de Jesus

O serviço à comunidade

Os cristãos, as pedras vivas

O testamento de Jesus

No Evangelho deste domingo ouvimos uma leitura que, aparentemente, deveria ser feita antes da Páscoa. Refere-se ao primeiro discurso de despedida pronunciada por Jesus, durante a Última Ceia. Todavia, se repararmos bem, Jesus está a indicar as últimas vontades antes da Sua Paixão e Morte.

Na verdade, qualquer testamento é previamente comunicado e somente validado após a morte de quem o prescreveu. Logo, as palavras de Jesus têm o propósito de ser dirigidas para todos os discípulos de todos os tempos, e só poderiam ser plenamente entendidas depois da Páscoa.

Os discípulos deveriam seguir o «caminho» difícil que Ele ia percorrer, porque o conheciam, pois já havia falado dele muitas vezes. À interpelação de Tomé de que eles não conheciam tal «caminho», Jesus explica que vai ser O primeiro a fazê-lo. Será o caminho da Páscoa. Tal «caminho» será difícil e exigirá a entrega da Sua vida pelos irmãos.

Quando um cristão decide seguir esse caminho percorrido por Jesus já se encontra na «casa do Pai». Não é o Céu, mas a própria comunidade, onde há muitos espaços, afazeres e tarefas a desempenhar.

O serviço à comunidade

Por tal motivo, todo o cristão deve ser activo no serviço à comunidade, pois os trabalhos são imensos e só quem não foi tocado pela fé na Ressurreição é que continua paralisado.

O lugar que Jesus nos prepara não é determinado pelo critério dos homens. Estes apoiam-se no poder, na influência social, na fortuna que possuem, mas sustentado pelo melhor serviço que na comunidade se presta a cada irmão.

E ao pedido de Filipe para que «lhes mostrasse o Pai, pois isso lhes bastaria», a resposta é basilar: Para ver o Pai, basta olhar para Cristo, ver bem o que Ele faz, o que Ele diz, como Se relaciona, como ama, quem escolhe, quem acarinha, por quem se deixa afagar, quem acompanha nas refeições, a quem recebe, a quem admoesta, a quem resguarda, quem visita, porque o Pai procede do mesmo modo.

Pois Jesus é o rosto humano de Deus Pai.

Os cristãos, pedras vivas

Todavia, a Igreja é constituída por todos nós, homens e mulheres sempre sujeitos a cobiças, invejas e desentendimentos. Todavia, isto deve constituir motivo de desânimo, pois todos nós somos pecadores que nos devemos reconverter quotidianamente a Cristo.

A primeira comunidade de Jerusalém também passou por estas dificuldades, mas conseguiu ultrapassá-las, como ouvimos na primeira leitura. Os apóstolos, cientes das dificuldades encontradas, sentem a necessidade de agregar ao seu ministério sacerdotal uma comunidade ministerial, ordenando para esse serviço os diáconos. O único título de honra que lhes é atribuído é o de serem «servos» dos mais pobres, «o rosto sofredor de Cristo, farol da esperança, porventura, para os que já a perderam». Mas, nesta comunidade ministerial, todos nós devemos estar comprometidos em algum ministério, isto é, em algum serviço a favor da comunidade.

Lembremo-nos que Jesus, «pedra viva rejeitada pelos homens», constitui a pedra angular da Igreja, o conjunto de todos os baptizados. Embora sujeitos a quedas, dada a nossa limitada e fraca natureza humana, mas com oportunidade de reconversão, cada um de nós só será «pedra viva» desse edifício se percorrer este caminho em comunidade, procurando levar uma vida respeitável, incensurável e repleta de actos de amor. Só assim cumpriremos a nossa vocação cristã de sacerdotes, profetas e reis, como nos adverte S. Pedro na segunda leitura de hoje.

Então tornar-nos-emos realmente as «pedras vivas» do templo do Senhor.

LITURGIA EUCARÍSTICA

Monição do ofertório

Os dons da terra que vamos consagrar sobre o altar, sejam penhor de que neles oferecemos, juntamente com Cristo, toda a nossa vida: sacrifícios, lutas, sofrimentos, alegrias, tristezas, desânimos, incompreensões, invejas ou ciúmes, a fim de se tornarem oferendas que edifiquem o templo do Senhor, transformando-nos em verdadeiras «pedras vivas» desta Igreja peregrina.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Senhor nosso Deus, que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício, nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem, concedei–nos que, conhecendo a vossa verdade, dêmos testemunho dela na prática das boas obras. Por Nosso Senhor.

Prefácio pascal: p. 469 [602–714] ou 470–473

SANTO

Abraço da paz

Monição: Sacudidos pela novidade da vida, comunicada pela fé em Cristo Ressuscitado, consciencializemo-nos de que há muitos serviços a fazer e muitas funções a desempenhar na nossa comunidade. Tenhamos, pois, a coragem de seguir os passos de Jesus, permanecendo ou tornando-nos «cristãos activos», para servirmos mais e melhor todos os nossos irmãos, a fim de termos paz interior e a podermos comunicar a todos aqueles que connosco privam.

Monição da Comunhão

Ao participarmos da Sagrada Comunhão Eucarística ajudai-nos, Senhor, a relembrar que devemos ser as pedras vivas do templo edificado por Cristo, Sua pedra Angular. Que tal comunhão nos ajude a ter a coragem de concretizar o dom da própria vida na melhor ajuda a todos os irmãos, a fim de sermos dignos de habitar a casa de Deus nosso Pai.

Jo 15, 1.5

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Eu sou a videira e vós sois os ramos, diz o Senhor. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá fruto abundante. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei–nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça. Por Nosso Senhor.

RITOS FINAIS

Monição final

Servir, amar, ensinar, preferir, visitar, acariciar, comungar, escolher, defender, advertir e saber conviver com os outros, hão-de ser as manifestações de que conseguimos assimilar e sermos provas concretas do testamento que Jesus nos legou para entrarmos na casa de Deus nosso Pai.

HOMILIAS FERIAIS

5ª SEMANA

2ª Feira, 21-IV: Uma morada digna de Deus.

Act 14, 5-18 / Jo 14, 21-26

Quem me ama guardará as minhas palavras e meu Pai o amará; nós viremos a Ele e faremos nele a nossa morada.

O fim da nossa existência é a união perfeita no Céu com a Santíssima Trindade. Mas Jesus revelou até onde pode chegar a loucura do amor de Deus: «Mas já desde agora nós somos chamados a  ser habitados pela Santíssima Trindade: ‘nós viremos a ele e faremos nele morada’ (Ev)» (CIC, 260).

Não somos dignos dessa morada de Deus em nós se nos deixarmos inundar pelos ídolos (cf. Leit); se não afastarmos de nós aquilo que desagrada a Deus. Devemos antes voltar-nos para Deus e fazermos a sua vontade.

3ª Feira, 22-IV: A porta de entrada no reino de Deus

Act 14, 19-28 / Jo 14, 27-31

(Paulo e Barnabé): Através muitas tribulações é que temos de entrar no reino de Deus.

Paulo tinha acabado de ser apedrejado e deram-no como morto, mas diz que é necessário sofrer para se poder entrar no Reino dos Céus (cf. Leit). Isto acontece pela actuação do ‘príncipe deste mundo’, o demónio (cf. Ev).

Ele nada pode contra Jesus, mas pode perseguir-nos. Nada devemos temer porque Cristo alcançou a vitória sobre o demónio de uma vez para sempre, quando se entregou à morte para nos dar a vida (cf. CIC, 2853). Recorramos também a Nossa Senhora, contra a qual também o demónio nada pode.

4ª Feira, 23-IV: A união com Cristo e os seus frutos.

Act 15, 1-6 / Jo 15, 1-8

Se alguém permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer.

Jesus fala-nos de mais uma realidade misteriosa: uma comunhão mais íntima entre Ele e os seus discípulos (cf. Ev). É principalmente na Eucaristia que vivemos mais intensamente esta comunhão.

Esta união há-de viver-se também no campo doutrinal. Os Apóstolos para decidirem o problema da circuncisão «reuniram-se para examinar o assunto» (Leit). Conhecendo bem os ensinamentos do Senhor e dos Papas, e dando-os a conhecer aos nossos familiares e amigos, ajudaremos muito a que haja mais unidade na Igreja.

5ª Feira, 24-IV: A permanência no amor de Deus.

Act 15, 7-21 / Jo15, 9-11

Assim como o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei no meu amor.

Jesus convida-nos a permanecermos no seu amor. Para isso, podemos seguir este conselho: «Amando os seus até ao fim, manifesta o amor do Pai, que Ele próprio recebe. E os discípulos, amando-se uns aos outros, imitam o amor de Jesus, amor que eles recebem em si» (CIC, 1824).

Outro conselho é guardarmos os seus mandamentos (cf. Ev) e os dos seus sucessores. Os Apóstolos, logo que tomaram uma decisão sobre a circuncisão pediram a todos os cristãos que seguissem essa decisão (cf.Leit).

6ª Feira, 25-IV: S. Marcos: Escutar e pôr em prática a Boa Nova.

Ped 5, 5-14 / Mc 16, 15-20

Jesus apareceu aos Onze Apóstolos e disse-lhes: Ide a todo o mundo e proclamai a Boa Nova.

S. Marcos acompanhou S. Paulo na sua primeira viagem apostólica e esteve a seu lado na hora da morte. Foi igualmente discípulo de S. Pedro (cf. Leit) em Roma e o seu Evangelho é uma reprodução fiel dos ensinamentos deste Apóstolo.

O Senhor confiou a S. Marcos, de um modo especial a proclamação da Boa Nova (cf. Ev). Para nós proclamarmos a Boa Nova precisamos primeiro escutá-la, assimilá-la, meditando-a no nosso coração. E depois pô-la em prática com toda a fidelidade, como fez S. Marcos com o que escutou da pregação de S. Pedro.

Sábado, 26-IV: Enfrentar as perseguições.

Act 16, 1-10 / Jo 15, 18-21

O servo não é maior do que o seu Senhor. Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós.

Durante a sua actividade pública Jesus é atacado muitas vezes e diz-nos que o mesmo nos acontecerá a nós (cf. Ev). Actualmente as perseguições mantêm-se embora de modo diferente. No ambiente secularizado em que vivemos ridicularizam-se os valores cristãos e humanos, despreza-se a lei de Deu e os seus ensinamentos.

Nestas circunstâncias, devemos tomar uma atitude corajosa como fizeram os Apóstolos: «partiram… convencidos de que Deus os chamava a anunciar-lhes a Boa Nova» (Leit).

Celebração e Homilia:  ANTÓNIO ELÍSIO PORTELA

Nota Exegética:       GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:      NUNO ROMÃO

Fonte: Celebração  Litúrgica

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