Roteiro Homilético – I Domingo do Advento – Ano C

RITOS INICIAIS

 

Salmo 24, 1-3

ANTÍFONA DE ENTRADA: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma. Meu Deus, em Vós confio. Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos. Não serão confundidos os que esperam em Vós.

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

No 1º Domingo do Tempo do Advento, a liturgia vai apresentar-nos uma primeira abordagem à «vinda» do Senhor. Lembra-nos também que o sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes esmagam-nos e acabamos por baixar os braços. «Erguei-vos!», diz-nos Jesus. Só podem esperar os que se mantêm de pé, prontos a pôr-se a caminho para construir com Deus um futuro melhor. Só podem esperar aqueles que entram em diálogo com Deus. A esperança nunca é passiva. Para esperar é preciso erguer-se, levantar a cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos activos que manifestam o que faz a grandeza do homem. É assim que queremos viver esta celebração.

 

ORAÇÃO COLECTA: Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

Primeira Leitura

 

Monição: Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um «rebento» da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da acção do Messias.

 

Jeremias 33, 14-16

Eis o que diz o Senhor: 14«Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: 15Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. 16Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

 

O profeta Jeremias, em face de ruína do seu povo e da destruição da cidade de Jerusalém pelas tropas de Nabucodonosor no ano 587, lança um grito de esperança, apelando para as antigas promessas divinas, como a célebre profecia de Natã (2 Sam 7) e a das bênçãos de Jacob (Gn 49, 10). O texto é extraído da parte final do chamado «Livro da Consolação» de Jeremias (Jer 30, 1 – 33, 26) e pensa-se que a sua redacção corresponde a esta época do fim do reinado de Sedecias. A verdade é que a organização dos oráculos que constam desta vasta e complexa obra não obedece a critérios cronológicos, mas temáticos. Lembrar que já antes, no ano 597, Nabucodonosor tinha conquistado e submetido a tributo Jerusalém e levado cativos homens mais notáveis juntamente com o jovem monarca Yoyaquin, filho de Yoyaquim, tendo deixado no trono o seu tio Sedecias, como rei vassalo.

15 «Um rebento». Metáfora clássica com que os profetas designam o Messias, «descendente» de David (cf. Is 4, 2; 11, 1; Jer 23, 5; Zac 3, 8).

16 «Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’». O nome indica a vocação da futura Jerusalém (a Igreja), um povo justificado por Deus, chamado a participar da sua santidade (cf. Is 1, 26).

Como curiosidade, diga-se que este texto não aparece na versão grega dos LXX, que, por esta razão, parece transmitir um texto mais puro, isto é, sem repetições; a leitura de hoje é um duplicado de Jer 23, 5-6.

 

Salmo Responsorial

 Sl 24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14 (R.1b)

 

Monição: No início deste Advento, aguardamos a vinda do Salvador, para quem elevemos as nossas almas.

 

Refrão:         PARA VÓS, SENHOR, ELEVO A MINHA ALMA.

 

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,

ensinai-me as vossas veredas.

Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,

porque Vós sois Deus, meu Salvador.

 

O Senhor é bom e recto,

ensina o caminho aos pecadores.

Orienta os humildes na justiça

e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

 

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade

para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.

O Senhor trata com familiaridade os que O temem

e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

 

Segunda Leitura

 

Monição: A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude activa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.

 

Tessalonicenses 3, 12-4, 2

Irmãos: 12O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. 13O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. 1Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. 2Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

 

A leitura contém uma bênção (final do cap. 3) e um pedido ou apelo (início do cap. 4), com a mesma ideia de fundo: a de «crescer» (ou exceder-se, v. 12) e «progredir» (vv. 1 e 10), no «proceder» (à letra, no «caminhar») «para agradar a Deus». De facto, a vida cristã é um caminho em que nunca se acaba de atingir a perfeição, e tem de se lutar sem descanso para chegar à meta (cf. Filp 3, 12-15), que corresponde à «vinda de Jesus, com todos os santos». O tempo do Advento encerra um apelo para que todos nos preparemos para esta segunda vinda de Jesus (a parusia).

A vida cristã também é encarada por S. Lucas, o Evangelista deste Ano C, como um «caminho» (cf. Act 9, 2; 18, 25.26; 19, 9.23; 22, 4; 24, 14.22). Notar como na parte mais característica do III Evangelho (Lc 9, 51 – 19, 27), S. Lucas apresenta Jesus a caminho de Jerusalém, seguido dos seus discípulos e convidando outros a segui-l’O pelo caminho da renúncia (cf. Lc 9, 57-62).

 

Aclamação ao Evangelho          

  Sl 84, 8

 

Monição: O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a libertação a todos os que se sentem prisioneiros. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.

 

ALELUIA

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia  e dai-nos a vossa salvação.

 

 

Evangelho

 

São Lucas 21, 25-28.34-36

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 25«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. 26Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. 27Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. 34Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, 35e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele sobrevirá sobre todos os que habitam a terra inteira. 36Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para terdes a força de vos livrar de tudo o que vai acontecer e poderdes estar firmes na presença do Filho do homem».

 

A leitura é uma selecção de versículos do chamado «discurso escatológico» de Lucas, em que se entrelaçam três realidades distintas, que temos dificuldade em destrinçar: a destruição de Jerusalém, o fim dos tempos e a segunda vinda de Cristo. Esta dificuldade de interpretação torna-se maior em virtude da linguagem simbólica usada, própria dos profetas e do género apocalíptico, e pelo facto de o fim de Jerusalém aparecer como uma imagem do fim do mundo; por outro lado, nem Jesus nem os Evangelistas pretendem com estas palavras satisfazer a curiosidade humana acerca de quando e de como vai ser o fim deste mundo efémero, pois o que se tem em vista é uma exortação a superar as dificuldades e perseguições que ameaçam os fiéis e a permanecer firmes na fé e vigilantes até ao fim: «vigiai e orai em todo o tempo» (v. 36). Este discurso é também um grito de esperança para todos os cristãos sujeitos a sofrimentos de toda a espécie: «erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima» (v. 28).

25-26 A comoção do «universo» – descrita em S. Marcos com mais realismo e com citações literais do Antigo Testamento – não aparece como um anúncio ou sinal prévio da vinda do Filho do Homem, mas forma parte da própria parusia: o próprio cosmos, e não apenas a humanidade, estremecerá de pavor perante a tremenda majestade do supremo Juiz, que surgirá com todo o seu poder e glória. Há aqui uma referência clara ao Juízo final, universal e público, verdade de fé que professamos no Credo. Jesus descreve-nos este acontecimento com o mesmo colorido do «Dia de Yahwéh», o dia da justa retribuição definitiva, anunciado pelos Profetas (Is 34, 4; 13, 10; cf. Ez 32, 7-8; Joel 2, 10; 4, 15-16; etc). As «forças celestes» são as forças que mantêm os astros nas suas órbitas, ou, por uma metonímia, os próprios astros. Estas imagens grandiosas e aterradoras, pertencentes ao estilo apocalíptico, prestam-se a encarecer a singular seriedade dos acontecimentos anunciados, bem como a suma dignidade do Juiz, Senhor do Universo. O Catecismo da Igreja Católica fala do Juízo final como sendo a palavra definitiva do Senhor sobre toda a história, que «revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte» (n.º 1040).

27 «O Filho do Homem vir numa nuvem». Não se trata de uma vinda do tipo espiritual, místico ou moral, mas duma vinda com poder e majestade, para o Juízo final (como disse, corresponde a um artigo da fé professada no «Credo»). A nuvem é uma imagem cheia de grandiosidade, própria do estilo apocalíptico, que contém uma clara referência a Daniel 7, 13; é a partir desta passagem profética que Jesus adopta o título (talvez a partir da figura de linguagem chamada asteísmo), ao mesmo tempo glorioso e humilde, de Filho do Homem (cf. Bento XVI, Jesus de Nazaré, pp. 398-413). A nuvem, que ao mesmo tempo tem a propriedade de revelar e de esconder, acompanha frequentemente as teofanias (Gn 9, 13s; Jz 5, 4s; Job 38, 1; Ez 1, 4.28; Mc 9, 7) e algumas vezes aparece como o carro de Yahwéh (ls 19,1; Salm 10, 3).

 

Sugestões para a homilia

 

Um novo ano litúrgico

Haverá alguém que nos possa dar a paz?

Abrir o coração à esperança

Um novo ano litúrgico

1. Iniciamos hoje um novo litúrgico – o Ano C – onde predomina a leitura do Evangelho segundo S. Lucas. E todo o ano litúrgico começa sempre com o tempo do Advento, quatro semanas de preparação para essa grande festa, esse dia jubiloso do Natal, o nascimento do Deus-Menino.

O Advento prepara-nos, de facto, para o encontro com Aquele que já veio e há-de vir novamente no final dos tempos. É dessa última vinda que nos fala o texto evangélico.

Haverá alguém que nos possa dar a paz?

2. Perante as expressões dramáticas do Evangelho de hoje, pode-se pensar que Jesus esteja a dar algumas informações acerca do fim do mundo. É assim que o texto foi muitas vezes interpretado.

Mas se o objectivo de Jesus era meter medo, então não teve sucesso, até porque o anúncio do fim do mundo atemoriza cada vez menos. Contudo, Jesus não pretende assustar, mas obter exactamente o contrário. Ele quer libertar do medo, suscitar alegria, infundir esperança. Não quer ameaçar cataclismos, mas anuncia um acontecimento feliz.

As imagens apocalípticas usadas por Jesus não se referem a explosões de astros, a grandes catástrofes, mas falam do que acontece nos dias de hoje. É no nosso mundo que se torna impossível viver: cometem-se abusos e injustiças, existem ódios, violências, guerras, condições desumanas, a própria natureza é destruída pela exploração sem medida dos seus recursos, e até mesmo os ritmos dos tempos e das estações deixaram de ser regulares.

E isto aplica-se à nossa vida pessoal. Quantas pessoas vemos que caminham «curvadas», oprimidas pela dor, encolhidas pelo medo. Não têm a força para erguer a cabeça porque perderam toda a esperança: a esposa abandonada pelo marido, os pais desiludidos pelas escolhas dos filhos, o trabalhador arruinado pela inveja dos colegas, as pessoas vítimas do ódio e da violência…

Quantas vezes medos, desilusões, remorsos, experiências infelizes tornam-nos incapazes de sorrir. Será ainda possível recuperar a confiança em nós próprios e nos outros? Haverá ainda alguém que nos possa dar de novo a serenidade, a confiança e a paz?

Abrir o coração à esperança

3. Não espanta, portanto, que angustiadas, as pessoas perguntam-se: o que irá acontecer? Onde acabaremos? Está a humanidade a caminhar em direcção a uma inevitável catástrofe?

Não – garante Jesus – e é esta a mensagem central do trecho: a humanidade caminha em direcção a uma nova criação. E por isso onde se vislumbram sinais da desordem provocada pelo pecado, aí podemos esperar a vinda do Filho do homem com grande poder e glória.

Por isso Jesus convida a abrir o coração à esperança: o mundo dominado pela injustiça, pela maldade, pelo egoísmo chegou ao fim e já surgiu um mundo novo e maravilhoso.

Este mundo novo nasce no próprio instante em que se permite a Deus que realize o seu Advento na nossa vida. Este mundo novo começa quando abrimos, quando escancaramos as portas dos nossos corações a Jesus que vem. Este mundo novo nasce quando reconhecemos Cristo no outro e nos  dispomos a partilhar e a acolher os que se encontram em dificuldade, dando prioridade a todos os que Jesus privilegiou.

É, pois, o caminho da caridade a via-mestra para ir ao encontro do Senhor que há-de vir, para saborear já nesta terra o mundo novo e maravilhoso que o Senhor hoje nos oferece.

 

Fala o Santo Padre

 

[…] No Advento a liturgia repete-nos com frequência e garante-nos, quase que a vencer a nossa natural desconfiança, que Deus «vem»: vem para estar connosco, em qualquer situação; vem para habitar no meio de nós, para viver connosco e em nós; vem preencher as distâncias que nos dividem e nos separam; vem para nos reconciliar com Ele e entre nós. Vem à história da humanidade, bater à porta de cada homem e mulher de boa vontade, para dar aos indivíduos, às famílias e aos povos o dom da fraternidade, da concórdia e da paz. Por isso, o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor. Que o aproximar-se do Natal de Cristo encha os corações de todos os cristãos de alegria, de serenidade e de paz!

Para viver de maneira mais autêntica e frutuosa este período de Advento, a liturgia exorta-nos a olhar para Maria Santíssima, e a encaminharmo-nos idealmente com ela para a Gruta de Belém. Quando Deus bateu à porta da sua jovem vida, ela recebeu-o com fé e com amor. Daqui a alguns dias contemplá-la-emos no mistério luminoso da sua Imaculada Conceição. Deixemo-nos atrair pela sua beleza, reflexo da glória divina, para que «o Deus que há-de vir» encontre em todos um coração bondoso e aberto, que Ele possa encher com os seus dons.

 

Bento XVI, Vaticano, 3 de Dezembro de 2006

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna. Por Nosso Senhor.

 

Prefácio do Advento I: p. 453 [586-698]

 

SANTO

 

Monição da Comunhão

 

O Cristo cujo nascimento iremos celebrar no Natal, já está entre nós na Sagrada Comunhão.

 

Salmo 84, 13

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: O Senhor nos dará todos os bens e a nossa terra produzirá o seu fruto.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos. Por Nosso Senhor.

 

 

RITOS FINAIS

 

Monição final

 

Na segunda leitura, Paulo lança-nos um forte apelo: «Irmãos, o Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos». Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina.

 

HOMILIAS FERIAIS

 

TEMPO DO ADVENTO

 

1ª SEMANA

 

2ª Feira, 3-XII: S. André: Seguir o Messias e falar dele a outros.

Rom 10, 9-18 / Mt 4, 18-22

(Jesus) viu dois irmãos, Simão, que é chamado Pedro e seu irmão André.

André foi um dos discípulos de João Baptista. Quando ouviu falar do Messias, apresentou a Jesus o seu irmão Pedro. E foram ambos chamados para seguir o Senhor (Ev). Segundo a Tradição pregou o Evangelho na Grécia e morreu crucificado.

Neste começo do Advento estamos igualmente a ouvir falar do Messias. Como André, não deixemos de escutar o chamamento do Senhor para que o sigamos mais de perto. E também procurar transmitir esta mesma notícia a familiares e amigos: «A voz deles propagou-se por toda a terra, e as suas palavras, até aos confins do mundo» (Leit).

 

3ª Feira, 4-XII: A actuação do Espírito Santo.

Is 11, 1-10 / Lc 10, 21-24

Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza.

O profeta Isaías anuncia a actuação do Espírito Santo no Messias esperado (Leit). E S. Lucas mostra já realizada essa actuação: «Jesus estremeceu de alegria pela acção do Espírito Santo» (Ev).

Esta plenitude do Espírito Santo há-de ser também comunicada a todo o povo messiânico (CIC, 1287). Ele também actuou em Nossa Senhora, daí nascendo o Filho de Deus. O Espírito Santo, Senhor que dá a vida, quer igualmente formar em nós a imagem de Cristo, quer restituir ao homem a ‘semelhança divina’ (CIC, 720).

 

4ª Feira, 5-XII: O banquete eucarístico e o banquete da vida eterna.

Is 25, 6-10 / Mt 15, 29-37

O Senhor do Universo há-de preparar, para todos os povos, no monte Sião, um banquete de pratos suculentos, um banquete com excelentes vinhos.

Há no mundo uma grande ‘fome de Deus’ e o Messias prepara um grande banquete de pratos suculentos (Leit). E Jesus até materialmente mata a fome a uma grande multidão: «todos comeram e ficaram saciados» (Ev).

Este milagre prefigura a superabundância do pão eucarístico (CIC, 1335) e também o banquete da vida eterna (Oração). Peçamos, como Jesus nos ensinou: «o pão-nosso de cada dia nos dai hoje»; preparemos bem cada celebração eucarística, em que participarmos, através muitas comunhões espirituais.

 

5ª Feira,6-XII: A nossa vida apoiada em Cristo.

Is 26, 1-6 / Mt 7.21, 24-27

Confiai sempre no Senhor, que o Senhor é uma rocha eterna.

O Messias é apresentado como uma rocha (Leit). E todos somos convidados a edificar a nossa vida sobre a rocha, e não sobre a areia (Ev).

Edificamos a nossa vida apoiados em Cristo quando ouvimos as suas palavras: conselhos sobre os nossos problemas de cada dia, referentes ao trabalho, à família, à construção de uma sociedade mais justa. E, depois, quando as procuramos levar à prática: podemos empenhar-nos cada dia um pouco mais para que a nossa vida esteja mais de acordo com os ensinamentos do Senhor.

 

6ª Feira, 7-XII: Abrir os olhos à Luz divina.

Is 29, 17-24 / Mt 9, 27-31

Nesse dia, os surdos ouvirão a palavra do livro divino; libertos da escuridão e das trevas, os olhos dos cegos hão-de ver.

O profeta anuncia a realização de grandes prodígios com a vinda do Messias (Leit). E os dois cegos do Evangelho recuperam a visão e reconhecem em Jesus o filho de David messiânico (Ev).

Precisamos estar muito atentos às palavras do Senhor desde o seu nascimento. Abramos os olhos à Luz divina, que se desprende de Cristo. Vejamos as coisas como Deus as vê (a dor, o sofrimento, as contrariedades). Descubramos a presença do Senhor na Eucaristia, nos que nos rodeiam, no trabalho e nas demais ocupações.

 

Sábado, 8-XII: Como obter mais frutos na nossa vida.

Is 30, 19-21. 23-26 / Mt 9, 35 -10, 1. 6-8

O Senhor dará a chuva para a semente que tiveres lançado à terra, e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo.

De acordo com as palavras do profeta, o Messias exercerá a sua misericórdia e haverá uma grande fertilidade (Leit). Jesus manifesta essa misericórdia curando as doenças e proclamando a Boa Nova aos que andavam como ovelhas sem pastor (Ev).

Jesus pede-nos que continuemos a sua missão. Ensinemos os outros a abandonarem a sua vida estéril, cómoda; mostremos-lhes o caminho da felicidade. Acompanhemos o nosso trabalho de evangelização com a oração: «pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara» (Ev).

 

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia:          NUNO WESTWOOD

Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:                   NUNO ROMÃO

Sugestão Musical:                 DUARTE NUNO ROCHA

 

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