Homilia Sábado V Semana da Páscoa | Ano C

Apostolado entre perseguições? É normal.

Sábado, 5ª Semana da Páscoa, C – At 16,1-10; Sl 99; Jo 15,18-21

Olhemos mais uma vez para os nossos irmãos da aurora do cristianismo através da epístola a Diogneto, um dos primeiros escritos cristãos: “Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e a especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, a cada pátria é estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Põe a mesa em comum, mas não o leito; estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem as leis estabelecidas, as com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e enriquecem a muitos; carecem de tudo e tem abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida. Pelos judeus são combatidos como estrangeiros, pelos gregos são perseguidos, a aqueles que os odeiam não saberiam dizer o motivo do ódio”. Recordemo-nos: “Tudo isso eles farão contra vós por causa do meu nome” (Jo 15,21). E, no entanto, temos que evangelizar!

Talvez o que impede sermos apóstolos entusiasmados da Boa-Nova seja o nosso comodismo: já têm muitas pessoas falando de Jesus, eu… para quê? Minha mãe já reza bastante, desse jeito todo o mundo se converterá, inclusive eu. Meu irmão já vai à Missa todos os domingos, para que irei eu?

A falta de fé também impede a evangelização que devemos, como cristãos, realizar. Muitos católicos vivem aburguesados, estão tranquilos porque têm pouca fé. Se a fé fosse viva, se a caridade ardesse em seus corações quereriam conquistar todos para Deus, fazendo apostolado com a sua vida e com a sua palavra de fogo em todos os ambientes dessa nossa sociedade. É preciso, nesse sentido, saber elevar o nível, fazer-nos amigos de nossos conhecidos, atraí-los através da mansidão. Mãe, um segredo: não se consegue a conversão dos filhos aos gritos. Jovem, você não conseguirá a conversão daquele seu amigo sem rezar e sem se sacrificar por ele. É preciso viver a caridade através dos serviços que prestamos; fazer com que eles, através da nossa amizade, abram o coração.

Padre Françoá Costa
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