Roteiro Homilético – Batismo do Senhor – Ano A

RITOS INICIAIS

 

cf Mt 3, 16-17

ANTÍFONA DE ENTRADA: Depois do Baptismo do Senhor, abriram-se os Céus. Sobre Ele desceu o Espírito Santo em figura de pomba e fez-Se ouvir a voz do Pai: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus as minhas complacências».

 

Diz-se o Glória.

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

O tempo de Natal acaba com a festa do baptismo do Senhor, que hoje celebramos. A partir de agora a Igreja irá considerando os mistérios da vida pública de Jesus. Na festa de hoje agradeçamos também, o nosso baptismo e renovemos a fidelidade aos nossos compromissos baptismais

 

ORAÇÃO COLECTA: Deus eterno e omnipotente, que proclamastes solenemente a Cristo como vosso amado Filho quando era baptizado nas águas do rio Jordão e o Espírito Santo descia sobre Ele, concedei aos vossos filhos adoptivos, renascidos pela água e pelo Espírito Santo, a graça de permanecerem sempre no vosso amor. Por Nosso Senhor…

ou

Deus omnipotente, cujo Filho Unigénito Se manifestou aos homens na realidade da nossa natureza, concedei-nos que, reconhecendo-O exteriormente semelhante a nós, sejamos por Ele interiormente renovados. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

LITURGIA DA PALAVRA

 

Primeira Leitura

 

Monição: O texto de Isaías sobre o Servo de Javé é uma profecia messiânica, que se cumpre na vida de Jesus. Na festa de hoje as palavras «sobre ele fiz repousar o meu espírito», prendem especialmente a nossa atenção.

 

Isaías 42, 1-4.6-7

Diz o Senhor: 1«Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. 2Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; 3não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: 4proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. 6Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, 7para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».

 

Este texto pertence ao primeiro dos quatro «cantos do Servo de Yahwéh», dispersos pelo Segundo Isaías (Is 40 – 55), mas que, na origem; talvez fizessem parte de um único poema.

«Eis o meu servo». Trata-se de um mediador através do qual Deus levará a cabo o seu plano de salvação. Torna-se difícil determinar quem é designado em primeiro plano, se é uma personalidade individual (um rei de Judá, o profeta, ou o messias), ou uma colectividade (todo o povo de Israel ou parte dele), ou um indivíduo como símbolo de todo o povo. O nosso texto deixa ver uma personagem deveras misteriosa, humilde (vv. 2-3) e poderosa (v. 4.7), escolhido por Deus e com uma missão universal (v. 1.6). Pondo de parte a complexa e discutida questão da personalidade originária deste magnífico poema, o certo é que o Novo Testamento está cheio de ressonâncias deste texto, vendo mesmo nesta figura singular um anúncio do Messias, com pleno cumprimento na pessoa de Jesus (v. 1: cf. Mt 3, 17 e Lc 9, 35; vv. 2-4: cf. Mt 12, 15-21; v. 6: Lc 1, 78-79 e 2, 32 e Jo 8, 12 e 9, 5; v. 7: Mt 11, 4-6 e Lc 7, 18-22). É evidente que foi escolhida esta leitura para hoje porque, assim Deus, pelo Profeta, apresenta o seu servo «enlevo da minha alma», sobre quem «fiz repousar o meu espírito»; é assim que também no Jordão Jesus é apresentado (cf. Evangelho de hoje e paralelos).

 

Salmo Responsorial Salmo 28 (29)

 

Monição: Rezemos com as palavras do salmo nº28 tendo em vista as manifestações extraordinárias da presença de Deus Trino acontecidas no baptismo de Nosso Senhor.

 

Refrão: O SENHOR ABENÇOARÁ O SEU POVO NA PAZ.

 

Tributai ao Senhor, filhos de Deus,

tributai ao Senhor glória e poder.

Tributai ao Senhor a glória do seu nome,

adorai o Senhor com ornamentos sagrados.

 

A voz do Senhor ressoa sobre as nuvens,

o Senhor está sobre a vastidão das águas.

A voz do Senhor é poderosa,

a voz do Senhor é majestosa.

 

A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão

e no seu templo todos clamam: Glória!

Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,

o Senhor senta-Se como Rei eterno.

 

 

Segunda Leitura

 

Monição: O Messias anunciado por Deus é o Cristo que significa o Ungido. Jesus no seu baptismo se manifesta como o Ungido com a plenitude do Espírito Santo, para O comunicar a todos os homens.

 

Actos dos Apóstolos 10, 34-38

Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, 35mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. 36Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. 37Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: 38Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».

 

Temos aqui uma pequenina parte do discurso de Pedro em casa do centurião Cornélio em Cesareia, quando recebeu directamente na Igreja os primeiros gentios, sem serem obrigados a judaizar. É surpreendente que um discurso dirigido a não judeus contenha alusões (não citações explícitas) ao Antigo Testamento: v. 34 – «Deus não faz acepção de pessoas» (cf. Dt 10, 17); v. 36 – «Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel» (cf. Salm 107, 20); «anunciando a paz» (cf. Is 52, 7); v. 38 «Deus ungiu com… Espírito Santo» (cf. Is 61, 1). Isto corresponde a que se está num ponto crucial da vida da Igreja, em que ela entra decididamente pelos caminhos da sua universalidade intrínseca, em confronto com o nacionalismo judaico. Por isso era importante recorrer àquelas passagens do A. T. que se opõem a qualquer espécie de privilégio de raça ou cultura: «a palavra aos filhos de Israel» deixa ver como Deus é o «Senhor de todos», imparcial, «não faz acepção de pessoas», e que a «paz» – a súmula de todos os bens messiânicos – Deus a destina a toda a humanidade. O discurso tem um carácter kerigmático evidente. E Lucas – o historiador-teólogo –, ao redigi-lo, quaisquer que possam ter sido as fontes utilizadas, terá em vista, mais ainda do que a situação concreta em que foi pronunciado, o efeito a produzir nos seus leitores. Convém notar que, no entanto, ao redigir os discursos – o grande recurso de Actos –, Lucas não os inventa; embora não sejam uma reprodução literal, considera-se que correspondem aos temas da pregação primitiva.

38 «Ungiu do Espírito Santo». Estamos aqui em face de uma expressão simbólica tipicamente hebraica, alusiva à união misteriosa com o Espírito Santo (algo que pertence ao mistério trinitário, o verdadeiro ser e missão de Jesus, que se torna visível na sua Humanidade, na teofania do Jordão). É clara a referência a textos do A. T. de grande densidade messiânica, como Is 11, 2; 61, 1 (cf. Lc 2, 18). Ver supra nota à 1ª leitura do 3º Domingo do Advento (nota ao v. 26).

 

Aclamação ao Evangelho Mc 9, 6

 

Monição: Escutemos as palavras do santo Evangelho obedecendo a voz de Deus Pai no Jordão.

 

ALELUIA

 

Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:

«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

 

 

Evangelho

 

São Mateus 3, 13-17

Naquele tempo, 13Jesus chegou da Galileia e veio ter com João Baptista ao Jordão, para ser baptizado por ele. 14Mas João opunha-se, dizendo: «Eu é que preciso de ser baptizado por Ti e Tu vens ter comigo?» 15Jesus respondeu-lhe: «Deixa por agora; convém que assim cumpramos toda a justiça». João deixou então que Ele Se aproximasse. 16Logo que Jesus foi baptizado, saiu da água. Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre Ele. 17E uma voz vinda do céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência».

 

Este breve relato, com que se inicia o ministério público de Jesus, não é uma invenção literária para transmitir uma ideia sobre Jesus: é algo que se encontra na tradição primitiva, bem documentado no N. T.: Act 1, 21-22; 4, 27; 10, 38; Jo 1, 26-34; Mt 3, 13-17; Mc 1, 9-11; Lc 3, 21-22. O facto de o baptismo de Jesus ser uma coisa difícil de compreender pelas primeiras comunidades abona a favor do seu valor histórico.

14 «Eu é que preciso…» Assim fica bem clara a absoluta superioridade de Jesus em frente da excepcional figura de João.

15 «Convém que assim cumpramos toda a justiça», isto é, todo o plano estabelecido por Deus em ordem à salvação do homem. Jesus, ao querer ser baptizado por João, não pretende tornar-se seu discípulo, nem converter-se; no relato, Jesus não aparece apenas como um exemplo de humildade e de acatamento da sua missão de singular enviado de Deus, mas sobretudo aparece a realizar uma espécie de «acção simbólica», à maneira dos antigos Profetas. Assim, Ele – que era a Vida (Jo 1, 4; 14, 6) – entra em contacto com a água para indicar que lhe dava força vivificante e a tornava matéria do seu futuro Baptismo. Esta foi a ocasião escolhida por Deus para, logo no início da vida pública de Jesus, nos ser dado um sinal da sua divindade. Foi, por assim dizer, a sua apresentação pública como Messias e Filho de Deus, credenciado pelo Espírito Santo (v. 16: «como uma pomba») e pelo Pai (v. 17: «a voz vinda dos Céus» – a bat qol –, um grande motivo de credibilidade na época. A Liturgia quer fazer-nos lembrar que a SS.ma Trindade que se manifesta no Baptismo do Senhor toma posse da nossa alma no nosso Baptismo.

16 «Como uma pomba». Eis o comentário de Bento XVI na sua recente obra, Jesus de Nazaré: «A imagem da pomba pode ser uma recordação do adejar do Espírito sobre as águas de que fala o relato da criação (Gn 1,2); aparece também a palavrinha ‘como’, como sendo uma comparação para aquilo que em rigor não pode ser descrito…»

Pode-se notar que o Baptismo de Jesus é descrito com elementos do género apocalíptico, que ainda continuam a ser expressivos para nós, como sinais da inauguração da absolutamente nova relação de Deus com a Humanidade, numa nova Criação. Assim: «o Céu abriu-se», numa imagem a partir da ideia de então de que o firmamento era como uma superfície esférica de cristal compacto, a separar a terra do céu; por isso, para o Espírito descer, o céu tinha que se abrir. Mas já S. Jerónimo (in Math I, 3) advertia que «não são os elementos que se abrem, mas sim os olhos do espírito»; este «abrir dos Céus» é o prelúdio da nova relação de Deus com o homem. Dizer que «o Espírito Santo desceu… como uma pomba» pressupõe a concepção do A. T. e do Antigo Médio Oriente segundo a qual a pomba sempre foi associada ao mundo divino, um símbolo bem adequado para indicar a inauguração dos novos tempos; o relato não quer dizer-nos que antes o Espírito Santo estaria ausente de Jesus, mas quer revelar-nos quem é Jesus, por isso, «fez-se ouvir uma voz…», que identifica quem é Jesus: Ele é o Filho de Deus, em quem está presente o Espírito Santo. Desde a exegese patrística até a autores modernos, tem-se visto, no Baptismo de Jesus, uma revelação do mistério trinitário.

Esta narrativa é um convite para reconhecer quem é Jesus e para avaliar o valor do Baptismo, semelhante ao de Jesus, mas diferente do de João; tenha-se em conta o paralelismo desta perícope com a fórmula baptismal trinitária do final de Mateus (28, 18). No Baptismo de Cristo podemos apreciar como actua em nós o Sacramento, pois para nós se abrem os Céus fechados pelo pecado; desce o Espírito Santo com a sua graça, que nos renova e torna templos seus; ficamos a ser filhos de Deus muito amados.

Bento XVI, na citada obra, termina o capítulo dedicado ao Baptismo de Jesus com uma oportuna observação crítica, de que aqui nos apraz transcrever o início: «Numa vasta corrente da investigação liberal, o Baptismo de Jesus foi interpretado como uma experiência de vocação: aqui, Ele, que até então teria levado uma vida perfeitamente normal na província da Galileia, teria feito uma experiência radical; aqui teria tomado consciência duma especial relação com Deus e da sua missão religiosa, a qual teria resultado do tema das experiências dominantes então em Israel e que adquiriram uma nova forma através de João Baptista, bem como da sua comoção pessoal durante o próprio decorrer do Baptismo. Mas sobre isto não se encontra nada nos textos. Por mais erudita que esta concepção possa parecer, ela deve ser muito mais incluída no género dos romances sobre Jesus do que no de uma real explicação dos textos…»

 

Sugestões para a homilia

 

Sentido da festa

A Igreja celebra a festa do baptismo do Senhor no fim do tempo litúrgico do Natal, que de algum modo inclui os trinta anos da vida oculta de Jesus em Nazaré. Depois de João Baptista ter preparado as almas cumprindo a sua missão de Precursor, Jesus vai manifestar-Se como Deus e Salvador. A vida pública do Senhor tem inicio quando se submete ao rito de penitência que João ministrava no Jordão. Esse acto de suprema humildade de Jesus, merecerá que Deus Pai O proclame como o seu Filho muito amado.

Jesus, no seu baptismo inicia, junto com a sua manifestação ao Mundo, a instituição do seu Reino, e do sacramento cristão que será a porta para a ele nos incorporarmos: o baptismo.

Assim pois, a Igreja, louva a Deus, na festa de este dia, pelo mistério da Encarnação redentora do Filho de Deus, e agradece o tesouro infinito do sacramento do baptismo.

 

O baptismo do Senhor e o baptismo cristão

O rito de penitência que João realizava, nas margens do Jordão, era uma ajuda para criar nas pessoas que o recebiam disposições de arrependimento e rectificação. Nosso Senhor sendo a própria santidade, sujeitou-se voluntariamente ao baptismo de João, destinado aos pecadores, para reparar por nos. Deus Pai corresponde a este acto de humildade glorificando Jesus, como Filho Unigénito, na teofania do Jordão de modo semelhante a como a suprema humilhação da Paixão merecerá a plena glorificação de Cristo ascendido à direita do Pai.

Nosso Senhor com ocasião do seu baptismo no Jordão inicia a instituição do baptismo cristão, sacramento de salvação que introduz a quem o recebe na comunhão com a Santíssima Trindade.

Diz Santo Agostinho que «desde o momento em que Cristo desceu às águas, a água limpa os pecados» (in serm. De Epiphania), e São Tomas explica que «a instituição do baptismo foi multiforme. Em primeiro lugar foi instituído, no que respeita à matéria, no baptismo de Cristo. Mas a sua necessidade foi afirmada em Jo 3,5. A sua prática iniciou-se quando mandou os discípulos pregarem e baptizarem. A sua eficácia obtém-na da Paixão de Cristo. A sua divulgação quando é imposto a todas as gentes, em Mt, 28, 19» (IV Sent. D.3, q.1, a.5, sol.2).

Portanto o baptismo cristão será instituído progressivamente por Nosso Senhor mas é no Jordão que Jesus dá inicio ao seu Reino e ao sacramento que nos abre as portas para nele entrarmos.

 

O baptismo de Senhor e o nosso baptismo

O acontecido no baptismo do Senhor é figura do que acontecerá cada vez que seja administrado o baptismo cristão

Diz o Catecismo da Igreja que «O Espírito que pairava sobre as águas da primeira criação, desce sobre Cristo como prelúdio da nova criação e o Pai manifesta a Jesus como seu ‘Filho muito amado’ (Mt 3, 16-17)» (CCE, 1224).

Também no nosso baptismo «abriram-se os Céus» e o Espírito Santo desceu sobre nós, como água vivificadora, purificando a nossa alma de todo pecado e comunicando-nos a vida sobrenatural.

Também Deus Pai disse de nos, nesse momento, «este é meu filho muito amado», pois o Espírito Santo fez de nos verdadeiramente filhos de Deus, por participação na filiação de Jesus Cristo.

No baptismo de Nosso Senhor está presente de algum modo a Igreja, pois tem o seu início a proclamação do Reino e está presente o baptismo que a ele incorpora. No nosso baptismo Deus Pai, por meio da Nossa Mãe a Igreja deu-nos à luz como seus filhos; e a Igreja como boa Mãe nos alimenta, nos instrui e nos cura quando é necessário, sem jamais nos abandonar.

Deveríamos, pois dar todos os dias muitas graças a Deus pelo nosso baptismo e recordar o dia em que aconteceu como a data do nosso segundo e mais importante nascimento. Na antiguidade os cristãos guardavam a túnica branca com que eram baptizados, símbolo da alma em graça, como um tesouro. Procuravam mantê-la sempre limpa, e desejavam ser enterrados com ela vestida. Também guardavam a vela usada no baptismo e pediam para a colocar acesa na sua mão no transe da morte, para significar que morriam na fé da Igreja.

Não devemos esquecer, também, que o baptismo, para além de um grande dom é uma grande responsabilidade. Fomos incorporados a Cristo e participamos da sua missão redentora como membros da sua Igreja. Todos os baptizados devemos ser, como lemos no Evangelho, sal, luz e fermento no lugar onde o Senhor nos colocou. O baptismo nos capacita e nos responsabiliza por ser apóstolos. A festa de hoje pode ajudar-nos a renovar com mas confiança na graça de Deus, os nossos compromissos baptismais que se podem resumir na luta optimista por ser santos e o empenho por evangelizar com o nosso exemplo e a nossa palavra.

 

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Aceitai, Senhor, os dons que a Igreja Vos oferece, ao celebrar a manifestação de Cristo vosso Filho, para que a oblação dos vossos fiéis se transforme naquele sacrifício perfeito que lavou o mundo de todo o pecado. Por Nosso Senhor…

 

Prefácio

 

O Baptismo do Senhor

 

V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.

 

V. Corações ao alto.

R. O nosso coração está em Deus.

 

V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.

R. É nosso dever, é nossa salvação.

 

Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:

Nas águas do rio Jordão, realizastes prodígios admiráveis, para manifestar o mistério do novo Baptismo: do Céu fizestes ouvir uma voz, para que o mundo acreditasse que o vosso Verbo estava no meio dos homens; pelo Espírito Santo, que desceu em figura de pomba, consagrastes Cristo vosso Servo com o óleo da alegria, para que os homens O reconhecessem como o Messias enviado a anunciar a boa nova aos pobres.

Por isso, com os Anjos e os Santos do Céu, proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz:

 

SANTO

 

Monição da Comunhão

 

Examinemos agora a nossa alma para ver se nos encontramos em condições de receber Nosso Senhor e se não podermos comungar sacramentalmente façamos uma comunhão de desejo ou comunhão espiritual.

 

Jo 1, 32.34

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Eis Aquele de quem João dizia: Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Senhor, que nos alimentais com este dom sagrado, ouvi benignamente as nossas súplicas e concedei-nos a graça de ouvirmos com fé a palavra do vosso Filho Unigénito para nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos. Por Nosso Senhor.

 

 

RITOS FINAIS

 

Monição final

 

A vida da graça que recebemos no nosso baptismo se alimenta e fortalece com a Eucaristia. Renovados com o sacramento do Corpo do Senhor comportemo-nos, em todos os momentos e circunstancias da nossa vida, como bons filhos de Deus.

 

 

HOMILIAS FERIAIS

 

TEMPO COMUM

 

1ª SEMANA

 

2ª Feira: Partilha de vida e missão.

Heb 1, 1-6 / Mc 1, 14-20

Jesus começou a proclamar a Boa Nova de Deus: o reino de Deus está próximo.

 

Cristo, o Filho de Deus feito homem, é a Palavra do Pai. N’Ele, o Pai disse tudo. «Por isso, Cristo, a fim de cumprir a vontade do Pai, deu começo na terra ao reino dos Céus» (CIC, 541).

«Desde o princípio, Jesus associou os discípulos à sua vida (Ev.). Revelou-lhes o mistério do reino; deu-lhes parte na sua missão, na sua alegria e nos seus sofrimentos» (CIC, 787). O Senhor também nos convida a segui-lo, para partilhar connosco a sua vida íntima e a sua missão (o anúncio da Boa Nova entre os nossos conhecidos).

 

3ª Feira: Colaborar na obra da Redenção.

Heb 2, 5-12 / Mc 1, 21-28

Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!

 

Jesus não vem perder, mas salvar todos os homens. Este mistério da Redenção está presente em todos os momentos da sua vida: quando cura e expulsa os demónios (Ev.), quando carrega sobre Ele as nossas enfermidades e doenças, quando se entrega à morte (Leit.) para nos salvar, quando ressuscita para nos dar a vida, quando fala aos ouvintes (CIC, 517).

Todos somos chamados a ser corredentores, colaborando com a nossa vida de oração e de trabalho, com os nossos sacrifícios, com cada acção realizada em união com o Senhor.

 

4ª Feira: Libertação de escravidões.

Heb 2, 14-18 / Mc 1, 29-39

Jesus curou muitas pessoas, que sofriam de várias doenças, e expulsou muitos demónios.

 

No início da sua vida pública, Jesus cura muitas doenças e liberta da escravidão do demónio (Ev.). Este adquiriu um certo domínio sobre o homem, embora este permanecesse livre (CIC, 407).

«Jesus, o Príncipe da vida, pela sua morte reduziu à impotência aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertou quantos, por meio da morte, se encontravam sujeitos à servidão durante a vida inteira (Leit.)» (CIC, 635). Com a ajuda do Senhor podemos libertar-nos de algumas escravidões: preguiça, sensualidade, egoísmo.

 

5ª Feira: A importância do hoje.

Heb 3, 7-14 / Mc 1, 40-45

Exortai-vos antes uns aos outros todos os dias, enquanto se puder falar desse dia de hoje, para que nenhum de vós se endureça, seduzido pelo pecado.

 

«Quando a Igreja celebra o mistério de Cristo há uma palavra que ritma a sua oração: Hoje, como um eco da oração que lhe ensinou o seu Senhor e do chamamento do Espírito Santo (Heb.)» (CIC, 1165).

O coração endurece quando cai na descrença; quando é seduzido pelo pecado (Leit.). Por isso estejamos atentos para ouvirmos ‘hoje, agora’ a voz do Senhor que bate à porta do nosso coração. Ele curar-nos-á das doenças da alma como curou o leproso da doença do corpo (Ev.).

 

6ª Feira: Os sacramentos de salvação.

Heb 4, 1-5 / Mc 2, 1-12

Embora se mantenha a promessa de entrarmos no repouso de Deus, devemos recear que algum de vós suponha ter ficado para trás.

 

«O Novo Testamento emprega muitas expressões para caracterizar a bem-aventurança a que Deus chama o homem: a chegada ao reino de Deus… a entrada no repouso de Deus (Leit.)» (CIC, 1720).

Temos dois sacramentos que nos ajudam a entrar bem no repouso de Deus: «O Senhor Jesus Cristo que perdoou os pecados ao paralítico e lhe restituiu a saúde do corpo (Ev.), quis que a Igreja continuasse a sua obra de cura. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o da Penitência e o da Unção dos Enfermos» (CIC, 1421).

 

Sábado: O optimismo dos pecadores.

Heb 4, 12-16 / Mc 2, 13-27

Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas aqueles que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.

 

«Jesus tem poder não somente para curar, mas também para perdoar os pecados. É o médico divino que os doentes precisam (Ev.)» (CIC, 1503). Jesus convida os pecadores para a mesa do reino, manifestando-lhes a sua misericórdia.

 

Ele é não só médico, mas também o Sumo Sacerdote, que se compadece das nossas fraquezas (Leit.). Procuremos dirigir-nos a Ele com grande ousadia e confiança: «Vamos pois cheios de confiança, ao trono da graça, a fim de alcançarmos a graça de um auxílio oportuno» (Leit.).

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia: CARLOS SANTAMARIA

Nota Exegética: GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais: NUNO ROMÃO

Sugestão Musical: DUARTE NUNO ROCHA

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