Roteiro Homilético – Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

RITOS INICIAIS

Antífona de entrada: Salvé, Santa Mãe, que destes à luz o Rei do céu e da terra.

Ou: cf. Is 9, 2.6; Lc 1, 33

Hoje sobre nós resplandece uma luz: nasceu o Senhor. O seu nome será Admirável, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz. E o seu reino não terá fim.

Diz-se o Glória.

Introdução ao espírito da Celebração

Ao saudarmos as pessoas de família, amigas e conhecidas, neste primeiro dia, desejamos-lhe um bom Ano Novo.

Também a Igreja o quer para nós e, por isso, convida-nos a percorrê-lo guiados e conduzidos por Nossa Senhora, como filhos pequeninos, pela mão da sua mãe.

Ela tem por missão guiar-nos, porque é Mãe Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e, por isso, nossa Mãe também.

Acto penitencial

Nesta encruzilhada da vida, em que um ano acaba e outro começa, vemos certamente que nem tudo, no ano que findou, correu à medida dos nossos desejos e, muito, menos, segundo os desejos do Senhor.

Num breve exame de consciência, encontramos passos mal dados, erros e omissões.

De tudo isto peçamos humilde mente perdão ao Senhor, confiados na Sua misericórdia infinita.

Oração colecta: Senhor nosso Deus, que, pela virgindade fecunda de Maria Santíssima, destes aos homens a salvação eterna, fazei-nos sentir a intercessão daquela que nos trouxe o Autor da vida, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

Primeira Leitura

Monição: O Senhor ensina a Moisés, seu irmãos Aarão e aos seus descendentes, as palavras com que hão-de abençoar o Povo de Deus. A invocação desta bênção equivale à renovação da Aliança.

Na tríplice bênção podemos ver, depois da luz do Novo testamento, uma alusão velada ao mistério da Santíssima Trindade.

Números 6, 22-27

22O Senhor disse a Moisés: 23«Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo: 24‘O Senhor te abençoe e te proteja. 25O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. 26O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’. 27Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei».

24-26 Esta é uma bênção própria da liturgia judaica, ainda hoje usada. É tripla e crescente: com três palavras a primeira; com 5 palavras e com 7 as seguintes (no original hebraico). A tríplice invocação do Senhor, faz-nos lembrar a bênção da Igreja, em nome das Três Pessoas da SS. Trindade.

Quando, ao começar o ano civil, nos saudamos desejando Ano Novo feliz, aqui temos as felicitações, isto é, as bênçãos que o Senhor – e a Igreja – nos endereça.

Salmo Responsorial Salmo 66 (67), 2-3.5.6 e 8 (R. 2a)

Monição: Israel usava este Salmo para agradecer a colheita de um ano e pedir novas bênçãos para o futuro.

É, pois, uma oração muito apropriada para este primeiro dia do ano em que desejamos agradecer ao Senhor todos os benefícios recebidos durante o ano que findou e imploramos novas bênçãos para o ano que dá os primeiros passos.

Refrão: Deus Se compadeça de nós

e nos dê a sua bênção.

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,

resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.

Na terra se conhecerão os seus caminhos

e entre os povos a sua salvação.

Alegrem-se e exultem as nações,

porque julgais os povos com justiça

e governais as nações sobre a terra.

Os povos Vos louvem, ó Deus,

todos os povos Vos louvem.

Deus nos dê a sua bênção

e chegue o seu temor aos confins da terra.

Segunda Leitura

Monição: S. Paulo explica aos cristãos da Galácia o mistério da Redenção. Quando chegou a hora planeada por Deus, o Pai enviou o Seu Filho para nos salvar, assumindo a natureza humana e nascido de uma Mulher.

Devemos ao sim de Maria na Anunciação, pelo qual ela se tornou Mãe de Deus, a nossa felicidade de sermos filhos de Deus, e podermos tratar a Deus por Pai, Abba! (Papá).

Gálatas 4, 4-7

Irmãos: 4Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, 5para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abbá! Pai!». 7Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus.

O texto escolhido para hoje corresponde à única vez que S. Paulo, em todas as suas cartas, menciona directamente a Virgem Maria. Não deixa de ser interessante a alusão à Mãe de Jesus, sem mencionar o pai, o que parece insinuar a maternidade virginal de Maria.

5 Segundo o pensamento paulino, Cristo, sofrendo e morrendo, satisfaz as exigências punitivas da Lei, que exigia a morte do pecador; assim «resgatou os que estavam sujeitos à Lei» e mereceu-nos vir a ser filhos adoptivos de Deus. O Natal é a festa do nascimento do Filho de Deus e também a da nossa filiação divina.

6 «Abbá». Porque somos realmente filhos de Deus, podemos dirigirmo-nos a Ele com a confiança de filhos pequenos e chamar-Lhe, à maneira das criancinhas: «Papá». «Abbá» é o diminutivo carinhoso com que ainda hoje, em Israel, os filhos chamam pelo pai (abbá). S. Paulo, escrevendo em grego e para destinatários que na maior parte não sabiam hebraico, parece querer manter a mesma expressão carinhosa e familiar com que Jesus se dirigia ao Pai, a qual teria causado um grande impacto nos próprios discípulos, porque jamais um judeu se tinha atrevido a invocar a Deus desta maneira; esta é a razão pela qual a tradição não deixou perder esta tão significativa palavra original de Jesus.

Aclamação ao Evangelho Hebr 1, 1-2

Monição: Depois de nos ter falado muitas vezes por meio dos profetas, nestes tempos novos que nos é dado viver, o Pai falou-nos pelo Seu próprio Filho.

Abramos o coração para acolher a Palavra de Deus e para a seguir na vida com fidelidade.

Aleluia

Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais pelos Profetas.

Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por seu Filho.

Evangelho

São Lucas 2, 16-21

Naquele tempo, 16os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. 17Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. 18E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. 19Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração. 20Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. 21Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno.

Texto na maior parte coincidente com o do Evangelho da Missa da Aurora do dia de Natal (ver notas supra).

21 Repetidas vezes se insiste em que o nome de Jesus é um nome designado por Deus: o nome, etimologicamente, significa aquilo que Jesus é na realidade, «Yahwéh que salva».

Sugestões para a homilia

Ao colocar no calendário litúrgico a solenidade da Maternidade Divina de Nossa Senhora, a Igreja assegura-nos as bênçãos e protecção d’Aquela que, sendo Mãe de Deus, é também nossa Mãe.

Mãe de Jesus

A maternidade é uma das maiores maravilhas que Deus criou sobre a terra. Pode realizar-se de dois modos: fisicamente, concebendo uma criança e dando-a à luz; e espiritualmente, pela virgindade por amor do Reino dos Céus.

Maria reúne em si estes dois ideais: é Virgem – ao conceber Jesus, ao dá-l’O à luz e durante o resto da vida – e Mãe.

O dom da maternidade. A mãe é uma fonte inesgotável de amor, de carinho e de generosidade.

É também para os filhos uma promessa de segurança para todas as horas; a conselheira dos momentos difíceis; e aquela que nunca perde a esperança perante a doença ou outro qualquer mal de um filho, mesmo quando todos os outros já a perderam.

O filho, desde o primeiro momento da sua existência no seio materno, fica na total dependência dela. Confia-se inteiramente aos seus braços e sente junto dela uma especial segurança, talvez pela experiência inconsciente vivida nos primeiros dias da sua vida.

(O demónio procura destruir a figura da mãe pelo aborto e pelas tristes notícias que a Comunicação Social nos traz, tentando apagar a beleza que o Senhor deixou ao criá-la).

Maria, Mãe de Jesus.

Deus quis ter na terra uma Mãe e confiou-Se ao seu carinho, na Sua vida na terra.

Escolheu-A e enriqueceu-A com todos os dons. (Que faria cada um de nós se pudesse dar à sua mãe tudo quanto deseja?)

Fê-l’A Imaculada desde a sua Conceição, ou seja, ilibou-A de toda a mancha do pecado original e encheu-A de graça santificante; preservou-A de toda a mancha durante a sua caminhada na terra; elevou-A gloriosa ao Céu em corpo e alma.

Entregou nas suas mãos maternais todos os tesouros que nos deseja conceder. Tudo o que nos vem do Céu passa pela sua oração e pelas suas mãos. Concede-lhe tudo o que Ela pede para nós, porque Maria conforma-se inteiramente com a vontade de Deus a nosso respeito. A Igreja invoca-A como a omnipotência suplicante.

A maternidade divina de Maria foi revelada por Deus. O Arcanjo S. Gabriel diz-lho claramente: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus» (Lc 1, 35).

Isabel exclama, ao receber o seu abraço de felicitações: «Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43).

Também um grupo de mulheres que ouviam a pregação de Jesus A aclamaram como Mãe d’Ele: «Bendito o ventre que Te trouxe e os peitos que Te amamentaram». (Lc 11, 27).

Por isso, quando um herege levantou a voz para negar esta verdade de fé, a Igreja reuniu o Concílio de Éfeso e proclamou a maternidade divina de Maria, enchendo de alegria todo o povo. Conta-nos S. Cirilo de Alexandria : «todo o povo da cidade de Éfeso, desde as primeiras horas da manhã até à noite, permaneceu ansioso à espera da resolução… Quando se soube que o autor das blasfémias tinha sido deposto, todos ao mesmo tempo começamos a glorificar a Deus e a aclamar o Sínodo, porque tinha caído o inimigo da fé. Apenas saídos da igreja, fomos acompanhados com tochas a nossas casas. Era de noite: toda a cidade estava alegre e iluminada:» (S. Cirilo de Alexandria, Epistolæ XXIV (PG 77, 138).

Maternidade dolorosa.

Jesus pesou nos braços e no coração da Sua Mãe mais do que qualquer outro filho, para lhe dar a possibilidade de se enriquecer de merecimentos.

– Sofreu com a agonia de José que não compreendia o mistério da sua maternidade virginal, até que um Anjo o esclareceu em sonhos.

– Fugiu apressadamente para o Egipto, livrando Jesus da morte programada por Herodes, conhecendo o desconforto e a escassez do exílio.

– Procurou, aflita, com José, durante três dias, o Menino que ficara no templo, por vontade do Pai.

– Viu-O partir para a Vida Pública, remetendo-se , possivelmente, à situação de viúva sozinha.

– Sofreu na Paixão de Jesus, ao vê-l’O morrer insultado pelos homens, e sem que A deixassem guardar, como recordação, as vestes do Filho.

– Viu-se forçada a fugir de Jerusalém para o estrangeiro, por causa da perseguição aos primeiros cristãos.

Maria, nossa Mãe

Quando aceitou ser Mãe de Jesus, Maria acolheu-nos a todos como nossa Mãe.

Uma verdade de fé. Pelo Baptismo fomos intrinsecamente transformados, tornámo-nos «nova criatura», animados pela vida de Deus – a graça santificante – e membros do Corpo de Jesus Cristo. Deste modo, participamos na sua mesma vida.

– Jesus proclamou solenemente esta maternidade universal de Nossa Senhora do alto da Cruz, talvez para nos ensinar que o sermos filhos de Maria é o primeiro fruto da Paixão de Jesus. «Mulher, eis o teu filho… João, eis aí a tua Mãe. E desde aquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa.»

– Foi proclamada no Concílio Vaticano II, por Paulo VI, Mãe da Igreja, isto é, Mãe de todo o Corpo Místico.

– Procedeu sempre como tal, livrando-nos de apuros: Em Lepanto, afasta de nós o perigo turco que ameaçava destruir todo o cristianismo na Europa; fez cair o «muro da vergonha», depois de renovada a consagração do mundo ao seu Imaculado Coração, pelo papa João Paulo II, em 25 de Março de 1985.

Tem actuado como Mãe atenta e dedicada. Compadecida do nosso descaminho, multiplica as aparições particulares: em Lurdes, em Fátima e em tantos outros lugares.

Qual a razão desta atracção misteriosa que sentimos pelos seus templos? João Paulo II chama-lhes «Casas da Mãe.»

Levemos Maria para a nossa casa. Imitemos o discípulo amado, trazendo Nossa Senhora para a vida de cada dia, como bons filhos que desejamos ser.

– Procuremos conhecê-l’A cada vez melhor, meditando os textos do Evangelho que nos falam d’Ela, bem como outros livros bons que estão ao nosso alcance.

– Aproximemo-nos d’Ela, como os pastores e Belém. Deste modo nos encontraremos mais perto de Jesus. Para isso, visitemo-l’A nos seus santuários, e tenhamos em casa a sua imagem.

– Procuremos falar-lhe com frequência, rezando as diversas orações tradicionais na Igreja: a Consagração, o Lembrai-vos, a Salve-Rainha, o Terço, etc.

– Deixemo-nos guiar por Ela… e ensinar-nos-á a fazer a vontade de Deus, como recomendou aos criados de Caná: «Fazei tudo o que Ele vos disser.»

– Entreguemos-lhe a nossa vida, como uma criança se confia aos braços da mãe, com a certeza de que Ela escolherá para nós o que for melhor.

Tal como as mães preparam os filhos pequenos para uma visita importante, peçamos-lhe que nos prepare para receber Jesus, e nos acolha depois deste desterro, para nos apresentar a Jesus.

Fala o Santo Padre

«A paz é verdadeiramente o dom e o compromisso do Natal.»

Queridos irmãos e irmãs!

A liturgia de hoje contempla, como num mosaico, diversos factos e realidades messiânicas, mas a atenção concentra-se particularmente sobre Maria, Mãe de Deus. Oito dias depois do nascimento de Jesus, recordamos a Mãe, a Theotókos, aquela que «deu à luz o Rei que governa o céu e a terra pelos séculos dos séculos» (Antífona de entrada; cf. Sedúlio). A liturgia medita hoje sobre o Verbo feito homem, e repete que nasceu da Virgem. Reflecte sobre a circuncisão de Jesus como rito de agregação à comunidade, e contempla Deus que deu o seu Filho Unigénito como chefe do «novo povo» por meio de Maria. Recorda o nome dado ao Messias, e ouve-o pronunciar com terna doçura pela sua Mãe. Invoca a paz para o mundo, a paz de Cristo, e fá-lo através de Maria, mediadora e cooperadora de Cristo (cf. Lumen gentium, 60-61).

Começamos um novo ano solar, que é um ulterior período de tempo que nos é oferecido pela Providência divina no contexto da salvação inaugurada por Cristo. Mas não entrou o Verbo eterno no tempo próprio por meio de Maria? Recorda-o o apóstolo Paulo na segunda Leitura, que escutámos há pouco, afirmando que Jesus nasceu «de uma mulher» (cf. Gl 4, 4). Na liturgia de hoje sobressai a figura de Maria, verdadeira Mãe de Jesus, Homem-Deus. Portanto, a solenidade não celebra uma ideia abstracta, mas um mistério e um acontecimento histórico: Jesus Cristo, pessoa divina, nasceu da Virgem Maria, a qual é, no sentido mais verdadeiro, sua mãe.

Além da maternidade hoje é posta em evidência também a virgindade de Maria. Trata-se de duas prerrogativas que são sempre proclamadas juntas e de maneira inseparável, porque se integram e se qualificam reciprocamente. Maria é mãe, mas mãe virgem; Maria é virgem, mas virgem mãe. Se omitirmos um dos dois aspectos não se compreende plenamente o mistério de Maria, como os Evangelhos no-lo apresentam. Mãe de Cristo, Maria é também Mãe da Igreja, como o meu venerado predecessor, o Servo de Deus Paulo VI quis proclamar a 21 de Novembro de 1964, durante o Concílio Vaticano II. Por fim, Maria é Mãe espiritual de toda a humanidade, porque Jesus derramou o seu sangue na cruz por todos, e a todos confiou da cruz à sua solicitude materna. […]

«O Senhor te abençoe e te guarde!… O Senhor volte para ti a sua face e te dê paz! (Nm 6, 24.26). É esta a fórmula de bênção que ouvimos na primeira Leitura. É tirada do livro dos Números: nela é repetida três vezes o nome do Senhor. Isto significa a intensidade e a força da bênção, cuja última palavra é «paz». A palavra bíblica shalom, que traduzimos por «paz», indica aquele conjunto de bens em que consiste «a salvação» que trouxe Cristo, o Messias anunciado pelos profetas. Por isso, nós cristãos reconhecemos n’Ele o Príncipe da paz. Ele fez-se homem e nasceu numa gruta em Belém para trazer a sua paz aos homens de boa vontade, aos que o acolhem com fé e amor. A paz é assim verdadeiramente o dom e o compromisso do Natal: o dom, que deve ser acolhido com humilde docilidade e invocado constantemente com orante confiança; o compromisso, que faz de cada pessoa de boa vontade um «canal de paz». […]

Bento XVI, Vaticano, 1 de Janeiro de 2007

Liturgia Eucarística

Oração sobre as oblatas: Senhor nosso Deus, que dais origem a todos os bens e os levais à sua plenitude, nós Vos pedimos, nesta solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: assim como celebramos festivamente as primícias da vossa graça, tenhamos também a alegria de receber os seus frutos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

Prefácio de Nossa Senhora I [na maternidade] p. 486 [644-756]

No Cânone Romano diz-se o Communicantes (Em comunhão com toda a Igreja) próprio. Nas Orações Eucarísticas II e III faz-se também a comemoração própria do Natal.

Santo: Santo IV, H. Faria, NRMS 103-104

Saudação da paz

Maria é o sinal da verdadeira paz e Cristo, o apelo permanente à reconciliação entre os seus filhos que somos todos nós.

Neste dia em celebramos a sua Maternidade Divina, acabemos com os muros que nos separam.

Com este desejo,

Saudai-vos na paz de Cristo!

Monição da Comunhão O Corpo e Sangue e Cristo que vamos receber na Sagrada Comunhão foi-nos dado por Maria, quando aceitou ser Sua Mãe.

Só ela nos pode preparar convenientemente para O recebermos. Peçamos-lhe mais este favor maternal.

Antífona da comunhão: Jesus Cristo, ontem e hoje e por toda a eternidade.

Cântico de acção de graças: Senhor, fazei de mim um instrumento, F. da Silva, NRMS 6 (II)

Oração depois da comunhão: Recebemos com alegria os vossos sacramentos nesta solenidade em que proclamamos a Virgem Santa Maria, Mãe do vosso Filho e Mãe da Igreja: fazei que esta comunhão nos ajude a crescer para a vida eterna. Por Nosso Senhor…

Ritos Finais

Monição final Procuremos encaminhar cada vez mais todas as pessoas para uma verdadeira devoção a Nossa Senhora.

Tenhamos a certeza que, quanto mais perto estivermos d’Ela, mais junto de Jesus Cristo nos encontramos.

Homilias Feriais

4ª feira, 2-I: Endireitar os caminhos do Senhor.

1 Jo. 2, 22-28 / Jo 1, 19-28

Quem é mentiroso?… Este é que é o Anticristo; aquele que nega o Pai e o Filho.

João Baptista anuncia a proximidade do aparecimento do Messias, pedindo: «Endireitai os caminhos do Senhor» (Ev).

Há muitos que se afastam dos caminhos do Senhor: são o Anticristo: São todos aqueles que querem ser os senhores da vida e da morte, que decidem quem deve nascer e quem deve morrer, esquecendo que a vida é sagrada e a Deus pertence. Mas também nós podemos pôr-nos no lugar de Deus, quando fazemos tudo ou quase tudo como se Deus não existisse. O Apóstolo aconselha-nos: E agora, permanecei em Cristo (cf. Leit).

5ª feira, 3-I: Santo Nome de Jesus: O Cordeiro pascal.

1 Jo 2, 29- 3, 6 / Jo 1, 29-34

João Baptista viu Jesus que lhe vinha ao encontro, e exclamou: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

João Baptista viu e mostrou em Jesus o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (cf. Ev), que é o símbolo da redenção de Israel na 1ª Páscoa.

Mas o nome de Jesus quer dizer «Yavé salva». É o nome que está no centro da oração cristã: todas as orações concluem com a fórmula ‘por nosso Senhor Jesus Cristo…’; na Ave-Maria recorda-se o ‘bendito fruto do vosso ventre, Jesus’; no Adoro te devote: ‘Ó bom Jesus. Lava-me com o teu sangue, a mim, imundo!’ Que o nome de Jesus esteja sempre presente em todas as nossas acções e orações.

6ª feira, 4-I: Como vencer o demónio.

1 Jo 3, 7-10 / Jo 1, 35-42

(João Baptista) olhou para Jesus, que passava, e disse: Eis o Cordeiro de Deus.

João Baptista aponta Jesus a dois dos seus discípulos: «Eis o Cordeiro de Deus» (Ev).

Foi para destruir as obras do demónio que apareceu o Filho de Deus (cf. Leit). Dessas obras a de mais graves consequências foi a mentirosa sedução que induziu o homem a desobedecer a Deus (cf. CIC, 394). Por isso, nos combates de cada dia, recorramos com mais frequência àquele que é o vencedor do Demónio. E não nos deixemos levar pelas tentações de desobediência, consequência da soberba, aos mandatos do Senhor.

Sábado, 5-I: Uma mudança de vida.

1 Jo 3, 11-21 / Jo 1, 43-51

(Filipe): Acabamos de encontrar aquele de quem Moisés e os profetas escreveram na Lei. É Jesus de Nazaré.

O aparecimento de Jesus vem mudar a vida de uns quantos pescadores e dos seus amigos (cf. Ev).

O Senhor pede-nos igualmente uma mudança de vida, especialmente no campo da caridade: «Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos» (Leit). Como nalguns casos é difícil este amor, devemos procurar amar o próximo como Cristo, «que ofereceu a sua vida por nós» (Leit). E que esse amor se traduza em obras: «não amemos por palavras e com a língua, mas por obras e de verdade» (Leit).

Celebração e Homilia: Fernando Silva

Nota Exegética: Geraldo Morujão

Homilias Feriais: Nuno Romão

Sugestão Musical: Duarte Nuno Rocha

Fonte: Celebração  Litúrgica

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